Recife
Cortada por rios, envolvida pelo mar
Cidade de pontes e viadutos
Capital do meu Pernambuco
Recife
Cidade que nasceu pelo comércio
Pela guerra se fez autônoma
E virou capital do Nordeste
Recife
Líder de revoltas e revoluções
Foi a primeira cidade a se declarar
Livre de coroas alheias
Recife
Cidade brotada da lama do mangue
Incrustada de palafitas
Que jamais perdeu a cultura do subumano
Recife
Que não é culta, mas é rica
Que não cheira bem, mas é bela
Que precisa de restauração
Recife
Terrinha quente e ensolarada
De clima úmido, até molhado
Cunhada para não se sair da praia
Recife
Ganhaste teu nome por afundar navios
Viraste porto seguro contra invasões
E teu mar habitat de tubarões famintos e vorazes
Recife
Tudo o que tenho a dizer assim se resume:
Diamante bruto a ser lapidado
Lugar impossível de não ser amado
Pablo de Araújo Gomes, 12 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
sábado, 8 de março de 2014
Minha Mulher
Minha mulher
Minha?
Não és mais minha do que sou teu
E sabemos bem
Que ninguém pertence a ninguém
Mas, digo “minha”
Por estares tão dentro de mim
Irremediavelmente
Minha mulher
Minha?
Tamanha ousadia seria crer te possuir
E você bem sabe
Que você é forte e livre
Mas digo “minha”
Por, livre, caminhares ao meu lado
Por, forte, persistires do meu lado
Minha mulher
Minha?
Petulância, talvez, nisso insistir
És demais preciosa para querer-te minha
Mas, digo “minha”
Como modo de me lembrar
Quão afortunado eu tenho sido
Sim, senhora, digo e repito
Minha mulher
E o destaque que deve ser ouvido não é no pronome
Mas, no forte substantivo que o acompanha
Pois és para mim muito mais do creio eu ser capaz
Mas, não és menos do que lutarei por superar
Não por qualquer disputa estúpida
Não sou tão infantil
Mas, porque não pretendo te dar
Nada menos do que mereces
Minha mulher,
Parabéns pelo seu dia
Todo dia
Pablo de Araújo Gomes, 08 de março de 2014
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