terça-feira, 7 de junho de 2011

Perder sem ter

Perder sem ter
Não é tão abstrato,
É físico e até palpável.
Se bate forte onde é sensível,
Dói, e dói demasiado

Perder sem ter
Não é algo impossível.
Acontece, e me aconteceu
Eu quis seu coração
E minha chance se perdeu

Perder sem ter
Não é deixar de ganhar.
Você jamais me quis como a quero
Tê-la para mim jamais passou de uma quimera
Porém, perdê-la, agora, é a pior das quedas

Perder sem ter
Não tem explicação fácil.
Quando não tinha a pretensão de ter,
Não era assombrado pelo receio de perder.
Hoje, recuso-me a perder o que jamais tive.

Pablo de Araújo Gomes, 07 de junho de 2011

2 comentários:

  1. Grande amigo, Pablo! Parece-me que está deveras enamorado! Ah, o amor, esse comboio de irracionalidades tão racional quanto inevitável! A dama da história poderia amar-te e amaria profundamente. As profundezas do amor muitas vezes se mostram nos ínfimos detalhes de um poema... Como diria o grande Hugo: "Deus está nos detalhes!" Ah, se ela soubesse... Às vezes lemos um poema sobre uma folha de papel e nada lemos mais do que um texto a mais ou a menos. Quando o assunto é amor, e o coração de quem escreve se inflama, ah, como é forte a chama, capaz do papel queimar. Que fazer? Que dizer? às vezes quando tudo nos vem à mente, o coração silencia. És poeta, camarada, e poeta não desiste, é mais ou menos como um profeta que anuncia sei lá quê a sei lá quem. Um dia, todavia o quem se faz alguem e tudo flui. Uma coisa é certa, o poema é ótimo. Traz-nos o sentimento que se propõe. De resto, abraço.

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  2. nunca pensei que perder sem ter fosse fazer algum sentido.
    muito bom!

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Sua sinceridade é o meu maior trunfo. A moderação dos comentários visa apenas garantir que eu leia todos atentamente! Obrigado!
Pablo de Araújo Gomes