segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Marinheiro sem pouso

Desejo, como tantos, um porto seguro:
E em toda a minha vida velejei em clandestinidade.
Parei, enfim, em calmaria, em porto tranqüilo,
E o que me espera?

Descobri que todo porto está em uma nação,
E que pode ser um prazer único nacionalizar-se;
Mas que pode não haver maior martírio
Que não ter amor à pátria...

Pude ver que não é fácil enfrentar os problemas,
Mas, com amor, é um desafio que ensina a se estabelecer;
Já a quem não ama, é difícil demais para seguir...

Querida, eu te quero bem; mas tenho que partir.
Gostaria de parar no porto de teu coração.
Mas é insustentável, se não guardo em meu peito tua nação!

Pablo de Araújo Gomes, 15 de novembro de 2004