sexta-feira, 4 de maio de 2001

Flor

Tu és uma flor,
E o porquê, já te digo;
É favor dar-me atenção,
Que pensei, cá, comigo:

As flores reúnem,
Em simplicidade,
O que se elogia
Até complexidade.

E não se resumem:
As flores reúnem
O que há de invejável,
O que há de afável:

Beldade debalde,
Perfume inefável,
Um modo amável
De ser sem igual!

Não cansam abelhas,
Como as borboletas,
Da busca constante
Por teu néctar farsante!

Reúnes também,
Em ti, complacente,
Um modo inocente
Que tão poucas têm...

Beldade debalde
Perfume inefável,
Um modo amável
De ser sem igual!

O que há de invejável,
O que há de afável,
Constância infindável,
És inabalável!

Tu conflagras o mais nobre dos mortais,
Tu dominas teu Olimpo como ninguém mais,
Tu tens tudo pra ser flor, sendo assim a flor se apraz,
És só tua, sou só teu: o que queres mais?

Pablo de Araújo Gomes, 4 de maio de 2001